20.4.21

A semana da minha vida & como poderia ter sido muito mais


Recentemente eu assisti o filme A semana da minha vida, que há pouco estreou na Netflix. No final, me vi entre os sentimentos de que eu gostei bastante ao mesmo tempo em que poderia ter sido muito mais do que de fato foi.

Eu sempre me embolo muito para explicar uma sinopse, então perdoem minha tentativa consideravelmente falha, mas resumindo: por protagonista temos o Will, um garoto órfão que se envolve em vários problemas e situações, o que o leva à beira de ser levado a um reformatório. Sendo essa a única possibilidade até o momento, acaba por surgir uma nova opção: um acampamento de verão. Aquilo soa péssimo para ele, mas entre suas duas escolhas, o que seria menos pior? Se rendendo ao que veio em segundo lugar, ele aceita ir. Porém, o que não sabia era que seria um acampamento cristão.

Desse ponto acho que posso partir para meu objetivo. Eu queria falar sobre como eu gostei de muitas coisas e como outras se mostraram com um potencial tão grande e pouco exploradas. Se você não assistiu, pode seguir o pensamento que não terão spoilers que atrapalhariam uma possível experiência futura. Creio que as positivas podem criar algum interesse e o que senti falta não estará por lá, então tranquilo.

De início eu fiquei bastante surpresa de saber que um original Netflix era cristão. Não raras vezes, infelizmente, suas produções são marcadas por irem contra os princípios da Palavra de Deus e quando soube eu fiquei bastante interessada em ver aquele resultado. Posso dizer que fui surpreendida positivamente com esse filme. 

O maior acerto, na minha opinião, é o fato de ser um musical. Claro, nem todo mundo gosta, mas eu amo musicais e isso foi o que mais me ganhou. A maioria das músicas são tão divertidas e animadas, eu fiquei com vontade de dançar e cantar nesses momentos! As letras são inspiradoras e falam de vários assuntos, são bem marcantes. E acabei tendo uma preferida, apesar que ter gostado de todas, e ela é também parte da minha cena favorita do filme, que é quando os personagens se reúnem perto de uma fogueira e falam alguns dos seus pensamentos; sinto que as coisas se aprofundam naquele momento e talvez seja onde realmente podemos ver Cristo, quem Ele é, como se importa com cada um de nós e deseja habitar no nosso coração. Eu vejo isso expresso em detalhes e com certeza é muito bom ver representado.

Sobre os personagens, eu gostei de ter visto algumas coisas, como a Avery, que se torna o par romântico do Will, ser uma pessoa com questões além do que se vê. Ela é a garota que todos pensam ser perfeita, sem defeitos, quando é impossível para qualquer um o ser. Todos nós somos repletos de particularidades, problemas, dilemas, dores, pecados. Ninguém foge dessa realidade, não importa quem seja, e a diferença está em como se reage a isso, se queremos mudar ou se apegar ainda mais às nossas falhas. A Avery se mostra alguém que luta contra os seus erros, que busca ser diferente, mas aí temos um problema: poderia ter sido algo incrível a ser explorado na história. Seria um ganho e tanto trabalhar essas questões, as lutas dela, seu interior machucado, as suas perdas e como reflete em seus sentimentos. Havia muito mais que poderíamos ter visto, mas faltou profundidade, o que também se aplica ao Will. Alguém que perdeu os pais, se envolve em problemas, se acostumou a viver em mentiras e máscaras, é claro que diversas camadas existem ali, anos que construíram uma ferida que nenhuma leitura superficial pode definir. Ao ser colocado em frente a questionamentos relacionados a quem Deus é, por que tantas angústias, sentimento de abandono e desprezo, se Ele se importa ou não, nos ouve ou não, se Ele existe mesmo, enfim, estar diante disso causa muita reflexão e esse é mais um ponto que ficou raso; tinham várias abordagens possíveis que acabaram sendo perdidas. 

Cristianismo não é mar de flores. Somos todos humanos manchados por erros e carecidos da graça de Deus. Todos os dias é necessário entrega, arrependimento, mudanças. Falhamos e nos reerguemos apoiados no Único capaz de nos transformar, vivendo altos e baixos, mas ao lado dEle, e é aí que a caminhada vale a pena, porque é dEle que vem a paz que nos dá respiro em meio ao caos, a alegria que não vem deste mundo, mas vem da Fonte; a esperança que preenche nosso vazio e almeja um lugar muito maior do que a gente pode imaginar. Cristianismo é simples, mas também grandioso; é aceitar e se jogar nos braços de Jesus, daí o resto é processo até o fim. 

Esse filme me lembrou como pessoas são muito mais do que pensamos, muito mais do que podemos julgar com nossa visão deveras cega. Apenas o Senhor sonda o íntimo e Ele faz uma reforma enorme quando abrimos a porta que Ele não para de bater. Eu adoraria que tamanha intensidade tivesse sido mostrada, mas me alegro pelo o que foi apresentado. Eu vi leveza, amizade, alegria, um amor que une mesmo sem laços sanguíneos. Foi muito importante essa produção e pode ser porta de entrada para que muitas pessoas se voltem para Cristo. É uma forma muita válida de levá-Lo e muito relevante.

Então sim, eu gostei, mas vejo que não é perfeito. É uma história mais clichê, sem grandes viradas ou momentos super impressionantes. Muitos disseram que provavelmente se esquecerão de o terem assistido, atribuindo uma característica de ser pouco notável e entendo o motivo de pensarem assim. Apesar de tudo, eu me diverti e quero reassistir em outras ocasiões. 

E com certeza eu fiquei com uma vontade danada de ir em um acampamento com atividades tão legais assim. Quer dizer, eu até perdoou se não tiver um musical real a cada dia, mas pelo menos algumas vezes é mais do que justo! 

Se vocês assistirem, já o tiverem feito ou pensaram sobre, não deixem de comentar! Vou deixar abaixo o trailer e o clipe da música que se tornou a minha favorita. 

Obrigada por lerem e abraços :)
Any.



P.s.: Maranata!

6 comentários:

  1. Achei bem interessante até você falar que é musical HAHAHA, confesso que não gosto de musicais.
    Mas mesmo assim achei bem legal ser uma filme original da Netflix e cristão, isso é bem raro mesmo.
    Gostei da dica, adoro dicas do que assistir :)

    https://www.heyimwiththeband.com.br/

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    1. nossa, pois é, Val! que pena que você não gosta desse estilo de filme, mas que bom que você gostou do post hihihi!
      espero que em alguma outra indicação eu possa acertar com teu gosto hihi ☆
      abraço pra ti :)

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  2. Oi Any, eu ainda não tinha ouvido falar desse filme, me pareceu ser uma história muito doce e divertida. A gente não tem esse costume de acampamentos aqui no Brasil, né? Uma pena, parece ser uma experiência super bacana! Beijo :*

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    1. a história foi mesmo assim para mim, fico feliz que tenha gostado!
      realmente acampamentos não são muito comuns por aqui, eu gostaria que fossem, parece bom ☆
      abraços, Camila :)

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  3. Ainda não tinha ouvido falar desse filme e me surpreendi por abordar o cristianismo, coisa muito rara, ainda mais vindo da Netflix. Já adicionei na minha lista de filmes para ver com a família. Particularmente, não sou fã de musicais, mas gosto de assisti do mesmo jeito.
    Excelente post!
    Abraços!

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    1. sim, realmente!
      ele é mesmo uma ótima escolha para assistir com a família, espero que vocês gostem do filme ♡
      muito obrigada, Clara!
      abraços.

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