27.9.20

releio, logo reflito


Olá!

Que saudade de postar por aqui. Parece que faz um século desde que parei para escrever algo. Como estão? Espero que as coisas estejam bem dentro do possível, já que de modo geral nada está ótimo. 

Uma coisa que tem marcado meu ano (uma coisa positiva) é estar conseguindo reler vários livros que eu queria. No início de janeiro, quando fui pensar sobre minhas metas de 2020, eu concluí que não conseguiria ler muito, já que imaginava que teria muitas ocupações durante o ano, principalmente por estar finalizando o Ensino Médio. PORÉM, o que eu nunca iria pensar é que eu teria um bom tempo livre. Se bem que não continuou da mesma forma depois que as tarefas online chegaram, mas ainda pude ler os meus livros pendentes, o que é algo surpreendente, já que não faço ideia de quando estive em dia com meus livros físicos. E, mesmo em meio a novas histórias, eu estava revisitando algumas outras, e é sobre isso que gostaria de conversar um pouquinho. 

Não sei vocês, mas eu gosto bastante de ler novamente algum livro do qual eu tenha gostado. Acho tão interessante ver minhas emoções aflorarem de forma igual ou de forma diferente da primeira vez. É tão bom sentir os sentimentos positivos de novo, ou até mesmo os negativos, como a tristeza, tem seu lugar. Isso mostra como a história é tão importante para mim, como ela possui um pedaço especial do meu coração. 

Sendo sincera, minha memória não é a melhor para guardar tantos detalhes dos livros. É muito comum eu iniciar uma releitura e não me lembrar de quase nada, incluindo nomes de personagens. Sinto como se estivesse lendo pela primeira vez, mas com alguns spoilers na bagagem. Acho deveras interessante ocorrências assim. 

Três desses livros que quero destacar foram "Em algum lugar nas estrelas", "Extraordinário" e "A distância até a cerejeira". Eu normalmente me encanto muito por livros narrados por crianças e quando isso se une a assuntos delicados, é ainda mais incrível. As crianças têm uma visão de mundo bem particular e a inocência diante das mudanças é algo desafiador demais. Eu sempre aprendo muito com elas e essas três histórias sempre despertarão algo muito intenso em mim. Há tanto a se refletir sobre empatia, amizade, amor, preconceito, sonhos, coragem, dedicação, bondade, gentileza, individualidade, sobre quem sou, quem quero ser, quem eu deveria ser, enfim, a lista vai. Eles me ensinam tanta coisa e me mostram tantas outras que eu preciso mudar. 

Vamos de exemplo prático: em Extraordinário, bem no começo, quando o Auggie está no primeiro dia de aula, lá no refeitório, sentado em uma mesa sozinho, automaticamente a gente fica triste. Quando a Summer se senta com ele, é algo lindo e admirável e dá vontade de estar junto com eles naquela mesa. Mas a questão é: se eu estivesse ali, eu teria feito o mesmo que a Summer? Eu teria dado a cara à tapa, ignorado todos os olhares e feito diferente de todas as pessoas naquele refeitório? Porque a gente sabe que isso é o certo, é o que queríamos fazer, é o que a nossa consciência manda, mas na prática nós fazemos mesmo? A teoria é tão linda e tão fácil, mas a ação nem sempre é assim. 

Como uma pessoa tímida, que se assusta com o centro das atenções e infelizmente ainda se preocupa com o que os outros vão pensar, fazer o certo quando isso é distinto do que a maioria faz, bem, não é algo simples. E é um desafio diário procurar se posicionar de forma diferente. É por isso e por mais inúmeros motivos que histórias como Extraordinário me marcam tanto. Elas me instigam a fazer e pensar diferente, a não julgar e procurar entender as pessoas, porque tem tanta coisa além do que parece, a superfície é tão pequena comparada à profundidade de uma pessoa, de uma situação. E aparências são tão insignificantes perto do caráter, do coração, de quem realmente se é por dentro. Mesmo que não seja a opinião geral, há beleza em cada pessoa, mesmo que não reflita os padrões, cada um é belo à sua maneira. 

Em algum lugar nas estrelas me despertou vários sentimentos também. Acho que até posso unir a A distância até a cerejeira, porque os dois me trouxeram reflexões semelhantes. Algo muito incrível sobre eles é a imaginação, a criatividade. Não dá para terminar esses livros e não querer sonhar mais, buscar mais. Viver uma aventura, correr atrás de coisas que quero e gosto. De ressignificar o que é importante e essencial. Rever as prioridades e valorizar mais os momentos e as pessoas. Há tanta coisa simples para ser admirada e vivida. Há tanto a se aprender com outras pessoas, mesmo que tantos a rotulem como estranha. Todos somos páginas a serem lidas e é sempre possível tirar lições dessas experiências. 

E sabem, o medo também faz parte. E os momentos ruins. Talvez seja mais fácil odiar a vida diante dos problemas, mas essa nunca é a melhor resposta. A gente não tem o controle do mundo nas mãos e não dá para querer ser imune das coisas más, porém é possível controlar a sua resposta a tudo isso. Dá para buscar por mudanças positivas.

Enfim, acho que é isso por hoje. Eu com certeza senti mais do que consegui descrever nesse post, mas foi bom ter compartilhado uma parte dos meus pensamentos. Quando eu releio um livro eu recordo a mim mesma reflexões necessárias e aqueço meu coração com histórias que sempre me inspiram!

Se se sentirem à vontade, me contem experiências suas ao revisitar alguma história, ou se possuem alguma com os livros que citei ou qualquer outra coisa que queira compartilhar. Eu adoraria saber ♡

Um grande abraço,

Any.

2 comentários:

  1. Que texto maravilhoso! Fiquei extremamente envolvida com sua forma de escrever, com palavras delicadas e pensamentos cativantes. A quarentena tem sido um momento muito desafiador, e, pelo menos eu, tenho sido levada a pensar muito em princípios, como empatia e amor, e estou sendo levada a dar mais atenção a quem eu amo, mesmo que de longe. Eu nunca li nenhum dos três livros citados por você, apenas vi o filme do Extraordinário e confesso que chorei bastante, a história nos leva a pensar que fazer o bem é lindo e é algo que o mundo precisa MUITO hoje em dia. Obrigada pelas palavras doces!
    Clara-

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    1. Olá, Clara!

      Seu comentário me deixou tão feliz, você não imagina o quanto ♥
      Agradeço demais os elogios e fico muito contente que tenha gostado. É muito bom que você esteja tendo essas reflexões, afinal de contas, precisamos sair dessa com atitudes diferentes e muito melhores para todos, não apenas para nós.
      Espero que se anime em ler algum dos livros em outro momento, são incríveis!

      Muito bom te ter por aqui, grande abraço ♥

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