15.7.20

Trechos de: Em algum lugar nas estrelas


Eu li "Em algum lugar nas estrelas" pela primeira vez no início do ano passado e assim que terminei a leitura eu já queria reler aquela história. Foi um livro que me trouxe uma sensação muito feliz e me deixou inspirada. A maneira como me trouxe empatia foi incrível. Demorou um tempinho, mas recentemente eu parei para ler de novo esse livro e a minha experiência não foi inferior. 

Como escrever resenhas não é o meu forte (eu fico muito confusa sobre o que dizer e como dizer) eu decidi separar trechos durante a releitura para trazer por aqui e talvez despertar sua vontade pela história através de frases que achei um tanto interessantes e belas. 

Espero que se encantem como eu! 


"ーE o pi é só um número. ー Era o que eu pensava, ao menos. 
Early circulou o número um.
ー Este é Pi. E os outros números são a história dele. A história de Pi começa com uma família. Três é a mãe. Ela é bonita e bondosa, e o leva sempre no coração. Quatro é o pai. Ele é forte e bom. E aqui ー Early apontou o número um no meio ー está Pi. A mãe deu a ele o nome de Polaris, mas disse que ele teria que conquistar seu nome." 

"Talvez deva se concentrar na beleza daquelas estrelas lá em cima, em vez de pensar só na função delas. Olhe para elas, admire-as, deixe que o fascinem, antes de esperar que elas o guiem. Além do mais, quem pode dizer que um grupo de estrelas tem que ser sempre igual? Aquelas estrelas lá em cima são atraídas umas pelas outras de muitas maneiras diferentes. Conectam-se de formas inesperadas, como as pessoas."

"ーÀs vezes, é melhor não ver todo o caminho que se estende diante de você. Deixe a vida surpreendê-lo, Jackie. Há mais estrelas por aí do que as que já têm nome. E todas são lindas. ー Ouvir minha mãe era como ler poesia. Eu tinha que alargar a mente para entender o que ela queria dizer. E mesmo quando entendia, de vez em quando eu tentava resistir, não absorver o significado." 

"Não são só números. E não estou inventando uma história. A história está nos números. Olhe para eles! Os números têm cores... azul do oceano e do céu, grama verde, um sol amarelo e brilhante. Os números têm textura e paisagem, montanhas, ondas, areia e tempestades. E palavras... sobre Pi e sua jornada. Os números contam uma história. E você não merece ouvi-la." 

"Às vezes, eu me preocupava um pouco com aquele garoto, o mais estranhos de todos. Se ele conseguisse superar pelo menos um pouco de sua estranheza, talvez não fosse tão excluído. No entanto, quem era eu para falar?"

"Contudo, ele partiu. Afinal, não estava procurando um novo lar. Era um viajante. Um navegador. Alguém que segue traçando um curso e procurando o caminho. E ele ainda procurava seu caminho." 

"Olhar pela janela era como encarar um oceano profundo, escuro, e eu me imaginei flutuando, boiando à deriva sob um céu sem estrelas."

"Um grande 'Eu avisei' dançava na ponta da minha língua. Mamãe costumava dizer 'Não jogue sal na ferida, ou o gosto nunca vai sair de sua boca'. Por isso, fiquei de boca fechada." 


"Eu sempre vi os números de um jeito diferente da maioria das pessoas, só isso. Para mim, eles são azul e roxo, areia e mar, áspero e liso, barulho e sussurro, tudo ao mesmo tempo." 

"Ninguém pode dizer nada sobre saber o nome das estrelas. O céu não é um campeonato ou uma prova. A única pergunta é: você consegue olhar para cima? Absorver tudo aquilo? Quanto ao nome das constelações, elas não são meio nem fim. As estrelas não estão presas umas às outras. Estão lá para serem admiradas. Olhadas, desfrutadas." 

"Queria ir para longe. Esconder minhas cicatrizes. As de fora e as de dentro." 

"Sabia que, no interior de cada árvore, desenhados no tronco, havia círculos que contavam a história de um ano na vida da árvore e da floresta. Que tipo de cicatrizes e linhas alguém encontraria na vida de uma árvore?, eu me perguntava.
 Será que as pessoas também tinham linhas que contavam suas histórias? Como seriam as minhas? Eu não precisava vê-las. Sabia que haviam sido feitas no último verão. Um corte fora aberto em mim, e era tão fundo que eu me sentia vivendo aquele momento crítico em que o lenhador grita 'Madeira!', mas, de algum jeito, permanecendo em pé, em equilíbrio precário, sem saber para que lado poderia cair." 

"ー Fisher sempre diz que 'se não sabe onde vai, nunca vai chegar lá'.
 ー Ah, bom, minha mãe sempre dizia: 'Você vai acabar chegando lá, mesmo que tenha que ir a todos os outros lugares antes'. ー Pronto, pensei.
ー Fisher diz: 'Você sempre encontrará o que procura no último lugar em que for procurar'."

"Encontrar o caminho não significa que você sempre sabe o que está fazendo. Saber encontrar o caminho de volta para casa é que é importante." 

"Lembrei-me do dia do funeral de minha mãe. Chovia, e meu pai havia ficado parado ao lado da sepultura, embaixo da tempestade. Será que chovia ainda mais forte dentro dele?"

"Ligar os pontos. Minha mãe dizia que olhar as estrelas tinha a ver com isso. 'Lá em cima é como aqui embaixo, Jackie. Você precisa procurar as coisas que nos conectam. Encontrar os jeitos com que nossos caminhos se cruzam, nossas vidas se interceptam e nossos corações se encontram.'" 

"Quando o oceano molhou meus pés, percebi que Early Auden, o mais estranho dos garotos, tinha me salvado de ser levado embora. Ele me salvou quando me ensinou a reconstruir um barco, que os números contam histórias e que, quando chove, é sempre Billie Holiday."


Um grande e aconchegante abraço, 
Any!

P.s: esse post quebrou tanto a minha cabeça! Faz dias que ele foi finalizado e postado, porém ele não aparecia na página inicial e nem se pesquisasse por ele. Eu tentei várias coisas para ver se resolvia, até mudei o tema do blog, pensando que poderia ser erro do tema anterior (e por sinal, esse era o tema que eu queria inicialmente, quando criei o Poetiza-te, porém não tinha conseguido instalar ele na época. Ele acabou sendo nosso, enfim!). Eu já não sabia mais o que fazer, quando em uma tentativa aleatória eu descobri: o problema era, simplesmente, por eu estar usando aspas no título do post (!!!). Eu tô boba em como era algo tão simples! Mas no final acabou sendo algo bom, já que mudei o tema do blog, por um que me deixou mais contente, e descobri algo valioso: não devo nunca usar aspas no título. 
Tchau de verdade agora ❤

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